FÉRIAS DE JULHO EM TORRES: Mais um ano sem fomento para o turismo local 112g2u

Cultura local ainda foca muito no turismo “de Verão”, sem fomentar plenamente ações em baixa estação 2n3y2q

Voos de paraglider são um dos potenciais atrativos turísticos de Torres
3 de julho de 2017

 

O mês de julho tem vários fatores que deveriam motivar o ambiente de negócios do Turismo no Brasil. Para o público internacional que habita o hemisfério Norte, o período é das férias prolongadas –  onde as famílias usufruem de maiores  possibilidades  ( e meses) de descanso e as pessoas exercem os direitos de férias em geral. Neste contexto, o Brasil como um todo é um destino bom, embora ainda pouco explorado pelas autoridades públicas e pelo setor privado do Turismo nacional.

Mas as férias de inverno no hemisfério sul também são fator motivador para viagens familiares e individuais. Trata-se de um período onde as crianças e jovens, de escolas e universidades, não têm aulas. E isto faz naturalmente com que sejam oferecidos para as famílias brasileiras pacotes de viagens para Disney, pacotes de viagens para o Nordeste Brasileiro,  para os EUA, para a Europa, dentre outros. Os destinos são anunciados em propagandas nos meios de comunicação.

E Torres, não é um destino turístico nessa época? Parece que, ainda, o destino Torres é tratado somente como um destino de turismo de verão, ou de veranismo. Mesmo tendo infraestrutura hoteleira bastante farta, a cidade ainda não criou uma cultura de se vender como destino  para ser usufruído o ano inteiro. Vende-se para fora no verão, oferecendo suas belezas naturais e sua razoável infraestrutura e seus meios de hospedagens. Mas não se vê ações sistemáticas, por exemplo, para trazer pessoas para a cidade nas férias de julho.

 

Evento da SAPT é destaque. Hotéis operam com desconto de 50%

 

Nestas férias de julho de 2017 o que mais aparece como diferencial, anunciado para acontecer na cidade, é o “Vinodeiro”, um festival de Vinho e Carne de Cordeiro que acontece na SAPT nos dias 27,28, 29 e 30 de julho, no final do período de férias. No mais, não se vê nenhuma ação coordenada para sequer lembrar turistas que aqui existem alternativas que são boas para o inverno: como Pescaria, eios de Paraglider, eios de barco, Vôos de Balão , além de nossa linda situação de natureza de beira mar, dos hotéis e etc.

A FOLHA entrou em contato com as entidades que trabalham no chamado “trade de turismo” da cidade e região e constatou que o ano de 2017 ainda vai ser um ano onde as visitas de pessoas à cidade serão mais por ações ivas locais (esperar) do que ativas (promover).  Conforme a presidente da AHRBS de Torres, Clarissa Raupp, os hotéis neste ano estão operando com preços de baixa estação, em média 50% abaixo dos preços da temporada de verão. Ou seja, não há preços de temporada, mesmo sendo férias de julho. E é esta a atitude coorporativa na maioria de hotéis e restaurantes de Torres.

 

Alternativas individuais

Presidente do SHRBS do LN, Ivone Ferraz, lembra que ações pontuais podem ajudar na hospedagem e hospitalidade locais no inverno

 

Já para o Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Litoral Norte ( SHRBS LN), a situação é ainda mais difícil. É que coordenar ações promocionais (comerciais) fora da temporada é difícil, por conta de muitos hoteleiros e restauranteiros da região do Litoral Gaúcho optarem por fechar seus estabelecimentos no final da temporada de verão, sem abrir sequer nas férias de julho.  “Ações pontuais individuais acabam sendo a forma dos hoteleiros atraírem movimento para seus hotéis”, afirma Ivone Ferraz, presidente do SHRBS LN.

“Nós, por exemplo, temos dois hotéis em Torres que estão praticamente lotados para o mês de férias”, comemora Ivone. “Estamos promovendo rodízio de Fondue e um Filé especial no Guarita Park ( Filé à Guarita), mas oferecemos também estas mesmas possibilidades para os hóspedes do hotel São Paulo. Uma forma de pessoas se hospedarem com mais economia num hotel e usufruírem de benefício de outro, mais luxuoso”, explica Ivone.  A hoteleira diz, ainda, que mantem convênio no Aeroporto Salgado Filho para oferecimento no estabelecimento aeroportuário de seus três hotéis, um em Porto Alegre (o Kolman) e os dois de Torres. “Pessoas que vem para o sul, com intuito de ir para a serra, acabam vindo também para Torres ou pernoitando em nosso hotel de Porto Alegre como forma de ampliar suas alternativas de férias”, explica Ferraz.

A hoteleira sugere, também, que no inverno os hotéis que querem receber turistas na estação devem se adaptar a isto, oferecendo bons cobertores, banhos bem quentes, gastronomia ‘mais calórica’ e aquecimentos –  de preferência com lareiras (para os que as  têm). “Temos que mostrar aconchego na hospitalidade e características de inverno gaúcho: chimarrão, churrasco, fogo e etc, típicos da região”, diz a hoteleira e dirigente do SHRBS LN.

 

 

Prefeitura de Torres ainda em estado de economicidade

 

A FOLHA consultou também a secretaria de Turismo da Prefeitura de Torres, já que somos uma cidade turística na vocação. Para o período das férias de julho, a pasta optou por organizar eventos sociais para a juventude em geral, torrense e visitantes. Tudo em virtude ainda da falta de recursos, anunciada há mais de quatro meses pelo prefeito Carlos Souza.

A Diretoria da Juventude da prefeitura está realizando o Programa “Minha Prainha”, um  espaço de lazer coletivo que busca proporcionar maior qualidade de vida para a comunidade. A iniciativa, que se inicia neste domingo (2), vai reservar uma via da Avenida Beira Mar, das 9h às 18h, para as pessoas, ampliando a área de circulação e ainda estimulando a prática de esportes e a adoção de hábitos saudáveis.

Neste período também, a Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes, o Museu Histórico e o Arquivo Histórico estarão se transferindo para o antigo prédio da Prefeitura e em breve estarão prontos para receber visitantes, ou seja: o museu poderá ser observado em um prédio histórico, no centro histórico de Torres. Mas isto não deverá ocorrer tão cedo,  já para este mês de julho

A secretaria estadual de Turismo também não apresentou nenhuma ação de fomento ao turismo do RS, muito menos para o Litoral Norte do Estado (considerado mais ainda pelas gestores estaduais como local somente de veranismo). Já o Ministério do Turismo sinaliza em divulgar mais as ações de Turismo da região sul do Brasil e anuncia convênios com o setor de aviação e de aeroportos, o que pode iniciar uma melhor utilização do aeroporto de Torres para buscar argentinos uruguaios e paraguaios, um dos maiores fluxos de visitantes do Brasil, principalmente na região sul e sudeste.

 

 

 

 

 


Publicado em: Turismo






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